Soneto Torto

Urge no peito escrever poesia

Uma força disforme e sem rumo

Um quê de angústia e perigo

Como a espreitar o abismo, sem prumo.

Mas se a inspiração é parca

E escrever a esmo não convém,

A inteligência, também pouca, avisa:

No peito angústia, não faz bem!

Há poemas a serem esquecidos

Coisas cuja lembrança fere

Algo que um dia foi amor

Mas que só desamor sugere.

Se o poeta é fingidor

E finge completamente,

Não combinaram com o rancor.

Ignoram que a dor é incessante e inclemente...

Nairson Luiz Santos
Enviado por Nairson Luiz Santos em 07/08/2014
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