“O TEMPO, A MORTE E O HOMEM”

Ao nascer, o homem tem seu bem mais querido,

A vida, mas, o tempo este solvente corrosivo

Amolece-lhe os ossos. Da sibarita se vê ablativo.

Declivoso, nota: Um aborto melhor lhe teria sido.

Do tempo primevo, conclui: Que me valeu ter vivido?

Do tempo senil, indaga: Que me vale está vivo,

Se de nada sou senhor, se de ninguém fui cativo?

Nem lembranças tenho deste homem esquecido.

A labareda dos seus sonhos já não fumega...

Morre. E a Gaia, seu bem mais querido entrega...

A matéria, pelo verme cabouqueiro será banqueteada

Há seu tempo o homem se vai, levado a gosto alheio,

Mostrando aos vivos no seu último e eterno passeio

Que ante o tempo e a morte o homem é nada.

Jurandir Silva
Enviado por Jurandir Silva em 15/08/2014
Reeditado em 15/08/2014
Código do texto: T4923165
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