Soneto barroco
Neste dilema Barroco, seguem-se os dias.
Cultivo n’alma razões e fantasias.
Perco-me no inferno do que falo
Ou purgo-me no que calo?
Satirizo minhas ignorâncias
Escondo minhas virtudes
E roubo um beijo da existência.
Ora, vida... poupe-me dos dilemas.
Escreva-me uma história boa de ler,
Cante me uma canção que me tire do chão
E traga- me algo que valha a pena viver.
Calar cansa. Falar tal como.
Viver é deixar-se um pouco
de encontro em encontro.