Soneto da vingança e do perdão
Vou ferir-te no âmago, essência...
Incendiar a dor dos sentimentos!
Não ouvirei, de ti, os teus lamentos,
nem os pudores vãos da consciência.
Tu hás de me guardar em penitência
pelos erros sombrios do passado.
Hás de amar o quanto fui amado
até o limiar da existência.
Então vou rir, zombando do teu pranto,
te fazer de palhaço, o coração,
até despedaçá-lo de paixão.
Mas se tu me entregares teu encanto,
rogo por Deus que tenha compaixão
e me dou por inteiro em tuas mãos.