INTROSPECÇÃO
No meu coração há um jardim sereno,
Onde aves cantam copiosamente
E flores exalam um perfume ameno,
Mas que embriaga abruptamente;
Há também um doce lago bem pequeno,
Onde o céu azul se banha lentamente
E mil borboletas, como num aceno,
Bailam sobre as águas infinitamente...
Lá, a Ilusão e os Sonhos vão tecendo,
O seu faz de contas que, se desfazendo,
Mostra à Saudade o Tempo de outrora...
E, às escondidas na relva ondulante,
Há uma casinha muito aconchegante,
Onde a obstinada Esperança mora.