Teus olhos de poesia

Vivo a vida a perceber olhares, a refletir,

e me descubro, sempre, tendo a mesma visão:

Numas faces, me perturba o tormento do mal sentir.

N'outras, vejo tão somente a frieza da razão.

E então, entre tantos, vejo o olhar teu

que, com lucidez e ternura, é capaz de ambos mesclar,

e minh'alma, preenchida de luz, dissipa o breu,

me equilibra o sentir, me esclarece o pensar.

E a imagem constante, do brilho do teu olhar

me seduz, me encanta, me afaga o coração.

Mil vezes diria, e repetiria outras mil, sem fadigar:

És verdadeira na voz de veludo, doce timbre, emoção...

És transparente na boca, em teu sorriso a brilhar...

És sincera em teus olhos de poesia, terna canção.

Rafael Kerner
Enviado por Rafael Kerner em 01/10/2014
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