O VENTO

(experimentais II)

Ao vê-la na imensidão dessa tarde

O vento a correr de lá para cá

De cá para lá medito: onde está?

E eu nem sei qual é o sol que me invade.

Escuto uma voz em sonho, um alarde.

Grita lá do mar por mim? Quem dirá

O poeta é louco, louco a cantá-la

Nessa imperfeição da língua-cidade...

Quem tu és pontinho azul no horizonte?

Entre o devaneio e a voz além-monte

Será que existe o real? Sou poeta...

Vida vai e vem ao léu da poesia...

Entre o mundo da ilusão e meu guia

E verso é nesse final: luz secreta!