PARTILHAR DE POROS

Pelos jardins de colorido outubro,

por entre flores, apanhando amoras,

tingindo lábios com seu sumo rubro,

degustam dúlcido sabor das horas.

No inabalável partilhar dos poros,

ordenam, deuses, que o prazer encubra

os gritos surdos e seus vãos sonoros

do mundo e após, que a mansidão descubra.

Na simbiose que a paixão proclama,

harmonizado na irmanada essência,

o par prossegue, a alimentar de si.

Mas que implacável, esse tempo-chama!

Ah, sobre as cinzas do jardim vivência,

o par secou, findou, morreu de si.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 02/10/2014
Código do texto: T4984522
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