Odiar com doçura

Ah!Quão terna,e tamanho encanto,
Contudo,envolta na treva escura,
Não percebia que oculta sob o manto,
De mim,tão perto,a casa da formosura!

E a ternura se fez sentimento cruel ...
Posto que,soberba,tornara indiferente,
Ah!Que Deus retoma,então,meu céu!
Suave leveza de pluma pairou na mente.

Odiava-a,com doçura,pois, não sabia!
Alumiando minha senda,fina chama,
Fez,assim,o amor,feliz travessia...

E a querência ,em minh’alma ,esquecida,
Razão pura de quem,deveras, muito ama,
Dói,punge de dor d’ amor a minha vida!...