Soneto do devaneio

Capricho em sonhos, linda, pura, melodia,

Sublime a me embalar em acalento.

Quão a aurora, o arrebol, brisa ao vento,

Vem tão suave, me beijando em poesia.

Exuberante esplendor me irradia,

Mesmo sem teto, jaz meu frio, o relento.

Com sua ausência, eu suplico e lamento:

-Venha, não fique assim de mim tão arredia.

Eu vi sorrindo, seu sorriso entre as flores,

Se não me ama, apetecida, eu receio!

Bem luzidio, fico assim, com suas cores,

Doravante,é meu amor que nunca veio.

Carrega aí no miocárdio mil amores,

Aqui eu amo, e canto, e choro em devaneio.

Valério Márcio
Enviado por Valério Márcio em 25/05/2007
Reeditado em 25/05/2007
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