Matando o Tempo

(Soneto Alexandrino misto de grave, agudo e trímetro)

Quem dá tempo ao seu tempo, pode, certamente,

com o tempo, se dar mal, não tendo, talvez,

quando decidir, nem mais tempo suficiente

para temporizar e, então, surtar de vez!

Tempestivo e fatal, o tempo está presente

e sem tempo algum, sem nenhuma solidez,

passa cheio de si, com ar de indiferente

com quem só culpa o tempo pelo que não fez!

Nesse entretempo temporal, tomo o meu tempo,

a destempo quiçá, por mero passatempo,

mesmo que um contratempo assurja de repente!

Na vida é bem assim, soa até como afronta,

pois, o tempo, a qualquer tempo, nunca faz conta,

só desconta de quem não vive intensamente!

Genilton Vaillant de Sá
Enviado por Genilton Vaillant de Sá em 20/10/2014
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