Burla Maldita

Onde o desamor lhe aperta,

Não apenas pressiona, dói,

Sangrenta chaga que incerta,

Finge, capricha, corrói?

Por vezes faz que liberta,

Matreiro: dá de acenar,

Sarar a ferida aberta...

Mais não querer maltratar.

Mas, logo volta com tudo,

Bastado um breve deslize,

Da trégua que nem lhe deu.

E o deixa assim tão sisudo,

A reclamar por reprise,

Do amor que nunca foi seu.

Eustáquio Leite
Enviado por Eustáquio Leite em 26/10/2014
Código do texto: T5012136
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