A MADEIRA

Seca e exposta ao calor do sol dourado,

Os vermes dentro dela, a comem quase

Toda, como uma dívida na base

Da presença do tempo inesperado.

E nesta erva de chão espedaçado,

Ela fragmenta-se na sua fase

Destrutiva, e depois que o corpo abrase,

O fogo forma-a em vento chamuscado.

A morte natural expressa o fim

Desta jornada, de árvore sem vida,

Como uma imposição do tempo assim...

A soberana força da partida

Nunca pode evitar o mais ruim

Da erosão da matéria adormecida.

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 01/11/2014
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