ETERNAMENTE

Ouvi chamar pelo meu nome e era o vento.

E era o vento com sua voz macia e doce.

E era o vento, mas quisera tanto fosse

Uma outra voz; a que preciso no momento.

Ao seu chamado, respondi: volte mais tarde

E por favor, traga consigo a presença

Dessa outra voz que necessito e que me pensa

Já esquecida de nós dois e assim resguarde

Suas palavras, seu olhar, silêncio e gesto.

E é por isso que meu nome eu lhe empresto

Para que sopre mansamente em seu ouvido

Estes meus versos que, nascidos num rompante,

Me denunciam a eternamente amante

Que morreria antes de tê-lo esquecido...

ETERNAMENTE – Lena Ferreira – nov.14