Inadiável.

Quando no relógio vejo ligeiro o tempo romper,

E o dia valente penetrando noite horrenda,

Quando a estação primaveril excita o amanhecer,

As violetas, rosas e tudo que o amor engendra,

Ás árvores estéreis as mornas ventanias ceder,

O verde viço cingir os prados e outeiros,

A barba hirsuta, grisalha a embranquecer,

É ataúde que no tempo se faz derradeiro,

Sobre teu amor então sou questionado,

Que há em ti a tudo isso igual beleza,

Pois é graça ver o mundo á seu lado,

Assediando a lógica inadiável da natureza,

Há de sofrer na dor todo meu pranto,

Como no tempo a fenecer todo encanto,

Andre Santana
Enviado por Andre Santana em 18/11/2014
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