Inadiável.
Quando no relógio vejo ligeiro o tempo romper,
E o dia valente penetrando noite horrenda,
Quando a estação primaveril excita o amanhecer,
As violetas, rosas e tudo que o amor engendra,
Ás árvores estéreis as mornas ventanias ceder,
O verde viço cingir os prados e outeiros,
A barba hirsuta, grisalha a embranquecer,
É ataúde que no tempo se faz derradeiro,
Sobre teu amor então sou questionado,
Que há em ti a tudo isso igual beleza,
Pois é graça ver o mundo á seu lado,
Assediando a lógica inadiável da natureza,
Há de sofrer na dor todo meu pranto,
Como no tempo a fenecer todo encanto,