Amor

Nem a traça nem a ferrugem a de vencer,

Nem no tempo o aço e as ínvias penedias,

A vil matéria e a virilidade vão escorrer,

Restando o assédio pertinaz que tem o dia,

Quando a força se esvair da arca da vida,

Se tendo algo que não ousa o tempo se opor,

Quem não há de ter os espólios desta lida,

Nada, a não ser o zelo insano do amor,

Tempo atroz, como esconder tal meditação,

De que viva esse amor a perdurar,

Que mãos ágeis há de segurar o coração,

Quando a ingente dama lhe resolver amar,

Vem-nos a morte o seu poder impor,

A única forma de se deter o amor,

Andre Santana
Enviado por Andre Santana em 22/11/2014
Reeditado em 22/11/2014
Código do texto: T5044671
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