Amor
Nem a traça nem a ferrugem a de vencer,
Nem no tempo o aço e as ínvias penedias,
A vil matéria e a virilidade vão escorrer,
Restando o assédio pertinaz que tem o dia,
Quando a força se esvair da arca da vida,
Se tendo algo que não ousa o tempo se opor,
Quem não há de ter os espólios desta lida,
Nada, a não ser o zelo insano do amor,
Tempo atroz, como esconder tal meditação,
De que viva esse amor a perdurar,
Que mãos ágeis há de segurar o coração,
Quando a ingente dama lhe resolver amar,
Vem-nos a morte o seu poder impor,
A única forma de se deter o amor,