Soneto da vida e da morte
O que é viver senão morrer aos poucos?
Perguntou-me a órfã da Alegria.
Titubeei. Decerto eu não sabia,
mas não queria fazer-lhe ouvidos moucos.
A vida está nesses caleidoscópios
que nos riscam geométricos segredos,
onde a fumaça de todos os medos
respira o vício de todos os ópios.
Vitalizar projetos semiloucos
faz parecer a vida ser o inferno
nos festivais de tantos gritos roucos
que não distinguem entre externo e interno,
mas ao nos despedirmos somos loucos
que transitam do efêmero ao eterno.
(Publicado originalmente no www.algoadizer.com.br em outubro de 2014)
O que é viver senão morrer aos poucos?
Perguntou-me a órfã da Alegria.
Titubeei. Decerto eu não sabia,
mas não queria fazer-lhe ouvidos moucos.
A vida está nesses caleidoscópios
que nos riscam geométricos segredos,
onde a fumaça de todos os medos
respira o vício de todos os ópios.
Vitalizar projetos semiloucos
faz parecer a vida ser o inferno
nos festivais de tantos gritos roucos
que não distinguem entre externo e interno,
mas ao nos despedirmos somos loucos
que transitam do efêmero ao eterno.
(Publicado originalmente no www.algoadizer.com.br em outubro de 2014)