Angústia.

Que valor achar-me-ei nessa tal conduta,

Se tudo que me sobras a ti se inclina,

Trato com afago o que tu bens insulta,

E inda: se a mim se dirige com falsa estima,

Se contra ti, a meu bel-prazer te esmero,

Que a zombar de mim mesmo proclamo,

E em celas que no amor me encarcero,

Se escravo sou é de vício que o chamo,

Sou cego a teus defeitos e todo teu viço,

E em seu profano amor sou derrotado,

Na dor de ver-te em braços tão omissos,

De amiga chamo-a na angústia de ser amado,

Como podes dizer que não tenho apreço,

Se lembro de ti e tão pouco te esqueço,

Andre Santana
Enviado por Andre Santana em 02/12/2014
Reeditado em 02/12/2014
Código do texto: T5056762
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.