Angústia.
Que valor achar-me-ei nessa tal conduta,
Se tudo que me sobras a ti se inclina,
Trato com afago o que tu bens insulta,
E inda: se a mim se dirige com falsa estima,
Se contra ti, a meu bel-prazer te esmero,
Que a zombar de mim mesmo proclamo,
E em celas que no amor me encarcero,
Se escravo sou é de vício que o chamo,
Sou cego a teus defeitos e todo teu viço,
E em seu profano amor sou derrotado,
Na dor de ver-te em braços tão omissos,
De amiga chamo-a na angústia de ser amado,
Como podes dizer que não tenho apreço,
Se lembro de ti e tão pouco te esqueço,