Vem noite!
Vem noite! Amorosa de escura sobrancelha,
Restitui-me a alma antes que venha a fenecer,
Corte-me em pedacinhos a caber na algibeira,
Para que no céu brilhe como estrelas a viver,
E das estrelas não tiro sequer um vil julgar,
Pois não ouso predizer o que há no céu,
Vem noite, cede-me a alforria do luar,
Creio ser um astrônomo rumo a seu léu,
Vem gêmea noturna e não escuse sinal,
Dos teus olhos negros astro constante é,
E leio a astronomia de todo teu astral,
Como a beleza e verdade que há na fé,
E tolo, creio possuir astronomia,
Com olhar pueril a tua sabedoria,