Estima.
Não sei dizer se fado bom ou tormento,
Nem de praga e penúria ouso chamar,
Embora creio fazer fino o julgamento,
Das coisas que por hora me fazem amar,
A ti se faz esse tal contentamento,
E que bem proclamo todo esse clima,
Chamo de estação o frescor do momento,
No broto do verso a florir a leve rima,
E de tal forma no hálito primaveril do vento,
Como pétala só, que no ar se inclina,
De um lado a fúria do amor que intento,
Oposto a aridez fugaz que atina,
Se teu olhar se veste de real portento,
Ei de ama-la com toda estima,