A ESMO

Pegadas ao léu seguem para o nada

Não sei se nostálgicas ou esfuziantes.

Momentos novilúnios, não-brilhantes

marcam as peripécias de uma vida parada.

As cicatrizes que o fluente tempo não coa

continuam no crivo, na psique pessoal.

Uma senhora calmaria paira sobre o varal

de um caminhante que se envereda a toa

Não sei se há alegria no floco níveo que cai

Se os olhos fulgem, a boca sibila, o medo esvai

Mas os pés sempre tocam o caminho mesmo

Talvez seja feliz neste quase itinerário

E a prosperidade não seja instante sumário

de um ser que fenece vivendo a esmo.

Natan Batista
Enviado por Natan Batista em 07/12/2014
Código do texto: T5061460
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