A ESMO
Pegadas ao léu seguem para o nada
Não sei se nostálgicas ou esfuziantes.
Momentos novilúnios, não-brilhantes
marcam as peripécias de uma vida parada.
As cicatrizes que o fluente tempo não coa
continuam no crivo, na psique pessoal.
Uma senhora calmaria paira sobre o varal
de um caminhante que se envereda a toa
Não sei se há alegria no floco níveo que cai
Se os olhos fulgem, a boca sibila, o medo esvai
Mas os pés sempre tocam o caminho mesmo
Talvez seja feliz neste quase itinerário
E a prosperidade não seja instante sumário
de um ser que fenece vivendo a esmo.