AS CALÇADAS DE PAQUETÁ

Ah!... as antigas calçadas de Paquetá...

Se pudessem um dia, por um instante, falar

Diriam dos nossos encontros, sob o véu negro da noite...

Narrariam nossos risos, nossas juras de amor e de amar...

Ah!... as longínquas calçadas de Paquetá...

Assistiram, no distante passado, nossa despedida...

Absorveram no coração de pedra nossas lágrimas aflitas...

Único sangue que bombeou-lhe algum vestígio de vida...

Ah!... as ásperas e rústicas calçadas de Paquetá...

Foram as únicas mãos que acolheram nossos corações,

Protegeram nossas almas, nossos corpos e emoções...

Hoje, as inacessíveis calçadas de Paquetá...

São testemunhas caducas, surdas, mudas e cegas...

calçadas que por nosso reencontro transformaram-se em espera...