Outonautas
Ouçam os canários com os pardais
na pan-sinfonia desta estação.
Caem, crianças, as folhas no chão,
cosendo seus tapetes casuais.
Eu sei quem roubou o outono da praça
para fazer um vestido de festa.
Pau-d’arco-íris, bela alma amarela,
vela você certo anjo da guarda.
Fiz este soneto para você
bebê-lo em grandes goles satisfeitos
e exalá-lo num sorriso de prata.
Todo o mais nós podemos esquecer.
Vamos viver assim, do nosso jeito.
Nem todo trovão traz a tempestade.