NÃO SEI COMO ME CHAMO!!!
O espectro familiar que anda comigo,
Sem que pudesse sequer ver-lhe o rosto,
Que certas vezes encaro com desgosto,
E outras muito ansioso espreito e sigo
Este espectro mudo, grave e antigo,
Que parece a conversar mal disposto...
Ante esse vulto, ascético e composto;
Mil vezes abro a boca ... e nada digo!
Só uma vez ousei interroga-lo:
- Quem és ( perguntei assim de estalo),
Fantasma a quem odeio e a quem amo?
-Teus irmãos( respondeu), os humanos
Chamam- me de Deus, há milhares de anos...
Mas eu mesmo não sei como me chamo!!!