NÃO SEI COMO ME CHAMO!!!

O espectro familiar que anda comigo,

Sem que pudesse sequer ver-lhe o rosto,

Que certas vezes encaro com desgosto,

E outras muito ansioso espreito e sigo

Este espectro mudo, grave e antigo,

Que parece a conversar mal disposto...

Ante esse vulto, ascético e composto;

Mil vezes abro a boca ... e nada digo!

Só uma vez ousei interroga-lo:

- Quem és ( perguntei assim de estalo),

Fantasma a quem odeio e a quem amo?

-Teus irmãos( respondeu), os humanos

Chamam- me de Deus, há milhares de anos...

Mas eu mesmo não sei como me chamo!!!

Oziris
Enviado por Oziris em 28/12/2014
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