Reviravolta

Eis o meu segredo: eu sou imortal.

E se ao leito soluço à revelia

E me entrevo em paredes de agonia,

Nada é além de um arroto imoral.

Sim, fui maculado por amor letal

E amei-o! Ah, amei-o à minha mania...

Amor com dor de noite e dor de dia;

Peito forte que bateu sem ter igual.

Foi então que duvidei do meu segredo,

Pois, de súbito, acometeu-me um medo:

Vai que a morte é implacável assaz?

E foi assim que, do susto, o pranto veio

E estremeceu-me o brio, pôs devaneio

Na terra onde habitam os imortais.

Preto
Enviado por Preto em 30/12/2014
Reeditado em 30/12/2014
Código do texto: T5085840
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.