Chão de vento

São tantas as folhas secas,

Que já me sinto sem raiz.

Sou uma ilha, uma pequena letra.

Furtada de uma palavra, sou infeliz.

Perdi meus galhos com a chuva.

O Sol já não vejo mais.

Os Trovões tiraram-me a paz.

Nuvens negras taparam a visão de um romance.

A hematose pulmonar entrou em desequilíbrio constante.

E agora? Tanto faz...

Na terra que não é mais frutífera, meu estado sólido no passado foi calor.

No gelo da lembrança, minhas dúvidas, mas na saudade o amor.

Nada nasce, nem cresce o sentimento.

Covardemente uma alma fria fez de mim um chão de vento.

Felício Mendes
Enviado por Felício Mendes em 04/01/2015
Código do texto: T5090779
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