Carmesim
A noite leva o que há de bom em mim,
Quando no relógio o tic tac do ponteiro,
Despiu-me com frases ditas em latim,
Até pejar de solidão o corpo inteiro,
A angústia noturna que trama enfim,
Rompendo o véu do que hora coabita,
No léu, conspecto as estrelas de festim,
Sobre o céu lunar que o dia premedita,
Não havendo outro modo tão ruim,
Que a ti querer mais que o respirar,
Se ouvido possui, ouça o clarim,
Que os anjos se puseram a tocar,
O dia traz de volta o que não teve fim,
Com a cor do amor, um vivo carmesim,