Confetes d'água

Confetes d'água

Jorge Linhaça

Deságua a chuva, cai qual mil confetes

translúcidos, em grande profusão

Lava-me o corpo e a alma cansados

penetra a terra, sedenta de cio

Dançam nas ruas, meninas, moleques,

dançam adultos, de pura emoção.

Rolam as águas no solo asfaltado

buscam caminhos pros leitos dos rios.

Lágrimas do céu, lágrimas do olhar,

ora se fundem num mar de desejos

tão represados quanto a Cantareira

É carnaval !E o povo a desfilar,

pulando em blocos de abraços e beijos,

beija a chuva alegre e faceira.