A última valsa


Tomar-te-ei nos braços, em meio a tantos outros pares,
Conduzir-te-ei ao centro do salão, onde ora abraçados,
Procurarei o refúgio, em longínquos oceanos e mares,
Pelo recanto, que há tanto tempo nos tem abrigado.

Embalados pela música suave que, enfim, nos enleve
E envolve em acordes românticos, imerso em devaneios,
Conduzindo-nos para tempo em que, mesmo que breve,
Pousei minha cabeça cansada em teu colo, em teus seios.


Atento a ti, com extremo cuidado para não perder o passo,
Nesta caminhada que agora farei só, sem tua companhia,
Revolvo-me em lembranças, procurando manter o compasso.

Já que não voltarás, como do Titanic a última balsa,
Que poderia fazer este amor culminar em dolente poesia,
Feneço, ainda ouvindo tocar distante nossa última valsa.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 18/02/2015
Reeditado em 18/02/2015
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