O gosto da criação

O gosto da criação é desordem

Tem pitada da sensual indecência

Tem a calma, a espera, a urgência

A inquietude feroz que nos mordem

Traz no sal o aroma selvagem

E na projeção de um ensaio à loucura

Traz Torquato, Tarcila e Cazuza

Traz o óbolo secular da coragem

O gosto da criação é rito mundano

Balada dos novos e velhos baianos

O Torpor de um surto benigno

E o verso do poeta cigano

É a beleza da bailarina dançando

Enquanto extrai diamante dos signos