Soneto nº 7 - A Cura

Meu amor de tão impaciente,

A menor ausência não suporta,

Prende o meu olhar naquela porta

Sempre que de mim estás ausente.

Faz com que me sinta um penitente

Com esta dor cruel que me corta.

De tão grande o peito não comporta,

Vive a queimar-me em fogo ardente.

No entanto, se ao longe escuto,

Tua voz, teus passos na calçada,

Pressinto que a alma deixa o luto:

Todo sofrimento, a dor doída,

Sumiu para sempre esquecida,

Já passou, já curou, não foi nada.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 23/02/2015
Reeditado em 15/03/2015
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