Valei-me, ó musas!

Valei-me, ó musas!

Jorge Linhaça

Musas das artes, valei-me, salvai-me...

Pois, o meu estro, de mim se ausentou

Foram-se os versos, o meu Santo Daime,

Voaram pra longe, nas asas de um grou

Pobre operário, no alto do andaime,

olhando ao longe - o dia findou -.

Musas das artes, valei-me, salvai-me...

Regai-me o estro, sem porém ,nem “ou”.

Guiai-me a pena da inspiração,

tecendo as malhas de um belo poema,

pois meus idílios fenecem no chão.

Nesse grande estio , minh'alma se apena,

Fogem-me as rimas, não sei pr'onde vão...

Dai-me a resposta, pr'este meu dilema.