ANSEIOS

Água eu quisera ser, pela alegria

de te dar a beber meu próprio ser;

por tua sede, que eu não mataria,

para molhar teus lábios por prazer.

Vento eu quisera ser, e à noite, iria

adormecida, te surpreender

ressonando em teu leito, e então seria

o ar que precisas pra poder viver!

Fogo eu quisera ser, e em rubras chamas

num delírio de amor, toda abrasar-te,

para ter a certeza de que me amas.

Depois, para possuir-te, de verdade,

terra eu quisera ser! E disputar-te

ciumento, à morte, pela eternidade!

(Tradução / Adptação do Soneto “Anhélos” do poeta espanhol Francisco Rodrigues Marin)

Paola Bittencourt
Enviado por Paola Bittencourt em 06/06/2007
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