NOSSO NINHO

Cai a chuva tranquila neste dia,

E com ela o silêncio de um sacrário.

Tomo coragem e abro o relicário,

E ao teu retrato faço companhia.

Recordando um passado de alegria,

Flutuo assim, feliz com meu fadário,

Esquecendo que sou um solitário,

Vivo momentos de eternal magia.

A chuva diminui e logo passa,

E ao guardar teu retrato sorvo a taça

Da tristeza de estar sempre sozinho.

Daria tudo para estar contigo,

Mas o destino deu-me por castigo,

Viver sofrendo em nosso próprio ninho.

jbap
Enviado por jbap em 10/03/2015
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