Nada me restou


Se hoje vivo só com meu canto, com meu pranto
E, até mesmo, nem mais me encanto com a vida,
Que para mim se fez sem sentido, sofrida, dorida,
Prostrado a teus pés, já nem mesmo mais levanto.

Esta sucessão de dias iguais, em que noites e dias
Se alternam, sem saber se começam ou terminam,
Entremeados pela escuridão de noites que findam,
Sempre, em lágrimas vertidas desprovidas de falsias.

Que restou dos tantos momentos de glória e enlevo,
Em que me entreguei a braços e lábios, confiante,
De que afinal encontrara o amor, repleto de zelos?

Hoje só, me pergunto, afinal, o que ainda me resta,
Neste mundo inóspito em que vivo, não como antes,
Em que tinha comigo um amor que não mais se presta.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 11/03/2015
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