EMANCIPAÇÃO

Quem escreve como eu, sem restrições,

Sabe bem do que eu falo, quando digo

Que caminhamos sozinhos sem condições;

E porque sozinho eu vou e em vão persigo

A palavra libertadora, que faça ressurgir

O homem, abandonado à sua vaidade.

No acaso nos perdemos e fomos então parir

A frase flexível que nos traria a verdade.

Só que parimo-la, à beira de uma estrada,

Sem mãos que nos dissessem qual a semente,

Que da cruz fugindo tornara-se como a gente.

Acorda, homem, de tez sumida e maltratada,

E luta contra a nova e instalada inquisição,

Que te rouba friamente a tua emancipação.

Jorge Humberto

07/06/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 07/06/2007
Código do texto: T517629