Angelus Póstumus

Querem saber dos meus versos

Do meu sangue, e da temperatura

Do cheiro dos poros, do sexo

Dos olhos cansados em pupila escura

Querem o meu sambar e sonhar

Meus barcos, mares e cais

Minha terra, meu fogo, meu ar

E os dentes dos meu dragões digitais

Querem o meu pedaço da noite

O último gole, hálito e saliva

Querem da minha morte, a foice

O matraquear que esqueceu a notícia

E depois da sentença, o açoite

Eles querem a minha malícia

Tim Soares
Enviado por Tim Soares em 09/04/2015
Reeditado em 21/12/2022
Código do texto: T5200723
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