"Não há amor que resista a vinte e quatro horas de filosofia." Camilo Castelo Branco
Amor a pilha
Desnudo, sobre a cama de Platão,
o amor se alienou do próprio mundo
e transformou, num fio de segundo,
o tempo entre o piscar e a visão.
E se entregou, de alma e coração,
aos dentes afiados da libido,
que, ao penetrar o fruto proibido,
fez derramar a seiva da paixão.
Platão amanheceu, ao pé da cama,
negando que o amor acenda a chama,
que anima as sombras presas na caverna.
Foi preciso um poeta, bem mais tarde,
mostrar que a velha chama ainda arde
apesar do invento da lanterna.
É que o amor, que é chama não eterna,
sem pilha acende a luz pela metade.
Amor a pilha
Desnudo, sobre a cama de Platão,
o amor se alienou do próprio mundo
e transformou, num fio de segundo,
o tempo entre o piscar e a visão.
E se entregou, de alma e coração,
aos dentes afiados da libido,
que, ao penetrar o fruto proibido,
fez derramar a seiva da paixão.
Platão amanheceu, ao pé da cama,
negando que o amor acenda a chama,
que anima as sombras presas na caverna.
Foi preciso um poeta, bem mais tarde,
mostrar que a velha chama ainda arde
apesar do invento da lanterna.
É que o amor, que é chama não eterna,
sem pilha acende a luz pela metade.