HOJE, DEIXO-TE PARTIR!

Há tanta tristeza neste quarto sozinho

que dói cada verso, só de pensá-lo

que outra forma haverá de imaginá-lo

se há tanta angústia sem sair do caminho?

É uma realidade e como tal adivinho

que quanto mais for vivenciá-lo

mais denso se torna o poema – deixá-lo

que a dor é precisa, neste bocadinho!

Mas sabem o que dói mais? Não ver

nem saber onde está, o que está doído

que não há paraíso pra quem não soube viver.

Ah, egoísta! Cala-te já! Quem foi a morrer

sobe-lo a todo o instante, andava moído

mas a ninguém, jamais, pediu outro sofrer.

Jorge Humberto

25/04/15

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 26/04/2015
Código do texto: T5220594
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