Amor literal
De tão surrada a palavra amor
tornou-se pieguice em dialética.
Letras a ermo, resto de fonética,
nas pobres rimas de um compositor.
Amor, esta palavra tão patética
que os poetas cospem com fartura,
não é senão uma caricatura,
mata-borrão de inspiração poética.
Amar é de um verbo a desinência,
e da rima, um verso desbotado.
O amor, literalmente nunca amado,
é só uma palvra em evidência.
Substantivo adjetivado
subentendido pela reticência.
De tão surrada a palavra amor
tornou-se pieguice em dialética.
Letras a ermo, resto de fonética,
nas pobres rimas de um compositor.
Amor, esta palavra tão patética
que os poetas cospem com fartura,
não é senão uma caricatura,
mata-borrão de inspiração poética.
Amar é de um verbo a desinência,
e da rima, um verso desbotado.
O amor, literalmente nunca amado,
é só uma palvra em evidência.
Substantivo adjetivado
subentendido pela reticência.