Mundano (Sátira "a la Bocage")

Assecla, que eu sou, do amor mundano
que os lupanares têm com opulência:
um amor que ainda dói na consiência;
um amor eternamente tão profano...

Sigo na vida aos poucos me ofertando
à execração das mentes puritanas,
que, de soberbas, impias e sacanas,
pecam na mesma mão que está rezando.

Aos sectários meus, dos descaminhos...
convido a brindar a liberdade
de dar e receber lassos carinhos

e não sofrer a dor da santidade.
E que os pudicos sigam seus caminhos,
a masturbar a imensa falsidade.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 20/09/2005
Reeditado em 28/10/2020
Código do texto: T52228
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