Arte poética

Caneta bate em surdos ecos brancos

Que já sangram insanos e inquietos.

Caneta bate nestes muros, vetos

Concretos se desfazem entre trancos.

Aqui se fura a pele e se despeja

O sangue aglutinado nesta tinta.

Aqui, planeja, pensa... pensa e pinta

Com a sanguínea tinta o que deseja.

O sangue livra o branco das tensões

De sua fúria cega para o inerte.

O sangue almeja mundos no furor

Deste intenso desejo de criações.

O sangue na caneta expele, inverte,

Reverte o branco e lhe converte em cor.

Daniel Tomaz Wachowicz
Enviado por Daniel Tomaz Wachowicz em 30/04/2015
Código do texto: T5225856
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