DRIBLANDO A MORTE

Cansado de tentar fugir da dona morte
Tentei jogar diferente a tal da boa sorte
Pensei nos prós e contras da minha vida 
Fiz um balanço geral e, com sob medida

 
Fiz parecer, de fato, igual no equilíbrio vital
À morte, dei-lhe o que é por mim, o meu direito
Coloquei a vida minha num simples pedestal
E à morte eu ofereci com respeito, meu preito

Um lugar na vida sem hora de ida e revolta,
À morte certeira comigo um dia, por certo roga
A pressa será sem nada na mala em voga

Na mente a vida passa num filme exorbitante
Tudo o que foi bom e vivido na vida vai e volta
Ciranda que tece a vida e morte, concomitante.

(Simone Medeiros)



Ilustração:
Artista Plástico: Antonio Poteiro - "Ciranda" 90cm x 1m - Óleo Sob Tela
Simone Medeiros
Enviado por Simone Medeiros em 09/05/2015
Reeditado em 05/03/2017
Código do texto: T5236235
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