SUAVEMENTE
Enquanto dorme a lua te acompanha,
Estende sua luz por teus cabelos, suavemente
Vai do semblante ao colo e lentamente
Todas as curvas e vales do teu corpo banha;
Eu invejo a janela da tua cabana,
Por isto choro e rogo inutilmente,
Pra seguir o curso da lua refulgente,
Pra ter certeza que o amor não me engana;
Hei de entrar igual a lua em teu aposento,
Igual a ela teu leito visitar, assim, almejo...
Igual a ela de teus lábio aproximar-me,
Igual a ela respirar teu doce alento...
E suavemente, nos teus lábios depositar um beijo,
E depois, puro, trêmulo, mudo, retirar-me.