soneto morredouro



Queria ,não fosse verdade,vil absurdo...
Deixado,assim.sem desvelo e caridade,
Ante gemidos e apelos,fizera-se surdo.
Vasto mundo,fria casa da insanidade!

Rogo que, meus versos,leiam depressa!
Pois,este soneto,a cada segundo,morre,
Resta sombra leve de poema tão pobre...
Pura realidade d’agonia que não cessa.

Para refazer-me,tragam-me lembrança,
É,tão distante,de um esquecido tempo
A tarde,lenta,findava ao som da capela.

Como,existir?Ah,fenecida esperança!
Morredouros versos, plumas ao vento,
Pétalas soltas,no chão, poesia mais bela...