O AMOR E O ÓDIO

Pedes-me para te esquecer de vez,

Embora já recuso-me a perder-te,

Pois vejo que perdeste a sensatez

De nunca mais poder voltar a ver-te.

Amarga estás, na máxima acidez,

Pois não queres jamais que volte a ter-te,

Já que perdeste a própria lucidez,

Por isso é mais difícil de entender-te!

Resta-me só um fio de esperança,

E é nele que me agarro o tempo todo,

Já que não posso mergulhar no lodo

De uma desconfortável segurança,

Que mais não é do que uma mera forma

De amor que em ódio puro se transforma.

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 20/06/2015
Reeditado em 20/06/2015
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