Meditando sobre a vida e sobre a morte,
Desta janela por onde escoa o meu sono
Eu vejo pessoas entregues à própria sorte,
Como se fossem infelizes cães sem dono.
 
Andam de um lado a outro, sem destino,
Ocupadas em conquistar um único ativo,
Como se o mundo fosse só um desatino,
Perpetrado por um deus cruel e vingativo.
 
Eu sinto pena dessas almas sem descanso,
Que não encontraram abrigo em um afeto,
E não conhecem a alegria de um remanso,
 
Como este nosso quarto, além do mundo,
Onde prazer e carinho são paredes e teto,
Suustentado um amor grande e profundo.