Alguns dias sem ver tua face tão bonita,
São como séculos de doída abstinência,
De tudo aquilo que meu corpo necessita
Para garantir minha própria subsistência.
 
 Mas só dia sem o alimento do teu beijo,
São como anos de um involuntário jejum.
De outros lábios os meus não tem desejo,
E além dos teus eu já quero mais nenhum.
 
Um mês apenas decorre daquele instante;
Vejo agora que a saudade alonga o tempo
Transformando em milênios uma só hora;
 
Porque o coração, este relógio do amante,
A cada dia vai batendo sempre mais lento,
Se a pessoa que dava a corda foi embora.