Coração de Vidro
O que há nestes meus versos de ruim,
Capaz de repelir os seus olhares,
De converter em denso os nossos ares
E que mesmo em começo é qual fim?
Neste meu coração, sangue apenas
Pulsa por minha vida, nada mais.
O que sinto não pulsa aqui, jamais,
Pois sinto só poesia, sinto as lendas.
E é por você que sangro devaneios,
Escorrem versos lúcidos ou não,
Poemas imperfeitos, sem razão,
Mas são para você e por meus anseios.
Dou-lhe esta transparência, meu sangrar,
Dou-lhe tudo em silício por quebrar.