Observo, querida, a tranquilidade do teu sono,
 Sono de terra, de mãe que cumpriu seu ofício,
 E entendo que é neste momento de abandono,
 Que a vida te dá a recompensa pelo sacrifício.
 
 Na mecânica desse teu peito que sobe e desce
 No ressonar profundo dos seres sem rancores,
 Sinto a paz profunda que me envolve e parece
 Libertar-me de todas minhas cismas anteriores.
                                                                
Eu sou o mar que a tempestade agita e encapela,
Um lobo vil que não achou abrigo ou tolerância,
Fosse entre os homens nem entre os seus iguais.
 
Mas tu és um dia seguinte, depois que a procela,
Não é mais que u'a imagem perdida na distância, 
De um passado que cada vez fica mais para trás.